Poucos dias depois que Joana terminou comigo, recebi em casa um bilhete e um pacote , que na verdade era um saquinho plástico bem estufado.
O bilhete dizia:" O que eu sinto. Beijos, Joana."
No saquinho plástico tinha água.
E um peixe.
Era um peixinho dourado do qual não me dei o trabalho de saber a raça e de dar um nome a ele.
Comprei ração e um aquariozinho para ele. Ele ficava a nadar o dia inteiro e coisa alguma podia afetá-lo; nem o sol, nem a chuva e muito menos a queda do dólar. Tinha a certeza de que ele nadaria para sempre dentro daquele aquário.
Às vezes acordava no meio da noite e ficava olhando para ele ; meus olhos fixos esperavam que o peixe falasse, contando o maior segredo de Joana ou, sei lá, o segredo da vida.
Às vezes eu lhe contava um segredo, meus pensamentos sobre a vida que não contava para ninguém. Dizia para o peixe como as mulheres eram mais inteligentes que os homens e de como elas gostam de jogar isso na nossa cara.
Mas eu sempre sussurrava esses segredos para ninguém mais ouvir.
E num dia como qualquer outro eu o encontrei boiando sem vida no aquário. Foi embora repentinamente sem mostrar sinais de que sua vida se esvaía. Morreu sem me contar nada
sobre como Joana se sentia ou o que ela pensava sobre mim.
Simplesmente morreu.
E em silêncio.
Coloquei terra no aquário e fiz dele a sepultura do peixe. Enterrei- o lá porque não tive coragem de jogá-lo fora no lixo, como se fosse parte dos meus restos de comida e papéis amassados.
Numa manhã chuvosa de sexta-feira vi pequenos brotinhos lutando para serem desenterrados do aquário, querendo ver a luz do dia.
Resolvi regar aquela plantinha e enquanto fazia isso naquela manhã chuvosa, minhas esperanças se renovaram e fiquei a imaginar que segredos aquele brotinho tinha para me contar.
O bilhete dizia:" O que eu sinto. Beijos, Joana."
No saquinho plástico tinha água.
E um peixe.
Era um peixinho dourado do qual não me dei o trabalho de saber a raça e de dar um nome a ele.
Comprei ração e um aquariozinho para ele. Ele ficava a nadar o dia inteiro e coisa alguma podia afetá-lo; nem o sol, nem a chuva e muito menos a queda do dólar. Tinha a certeza de que ele nadaria para sempre dentro daquele aquário.
Às vezes acordava no meio da noite e ficava olhando para ele ; meus olhos fixos esperavam que o peixe falasse, contando o maior segredo de Joana ou, sei lá, o segredo da vida.
Às vezes eu lhe contava um segredo, meus pensamentos sobre a vida que não contava para ninguém. Dizia para o peixe como as mulheres eram mais inteligentes que os homens e de como elas gostam de jogar isso na nossa cara.
Mas eu sempre sussurrava esses segredos para ninguém mais ouvir.
E num dia como qualquer outro eu o encontrei boiando sem vida no aquário. Foi embora repentinamente sem mostrar sinais de que sua vida se esvaía. Morreu sem me contar nada
sobre como Joana se sentia ou o que ela pensava sobre mim.
Simplesmente morreu.
E em silêncio.
Coloquei terra no aquário e fiz dele a sepultura do peixe. Enterrei- o lá porque não tive coragem de jogá-lo fora no lixo, como se fosse parte dos meus restos de comida e papéis amassados.
Numa manhã chuvosa de sexta-feira vi pequenos brotinhos lutando para serem desenterrados do aquário, querendo ver a luz do dia.
Resolvi regar aquela plantinha e enquanto fazia isso naquela manhã chuvosa, minhas esperanças se renovaram e fiquei a imaginar que segredos aquele brotinho tinha para me contar.